terça-feira, 21 de maio de 2013

Ano novo, escola nova!

Engraçado, fazia muito tempo que eu não tinha vontade de entrar por aqui, escrever qualquer coisa ou mesmo de ficar por dentro das novidades publicadas nos blogs que costumava ler quase diariamente... do nada isso mudou e fiquei com aquela vontade de mergulhar nesse universo gostoso e íntimo da vida de tantas mães e suas crias. A vontade é tanta que me dá cócegas nos dedos: não quero apenas ler, sinto falta de escrever... 

Em pouco mais de um ano muitas coisas mudaram: minha casa, o trabalho, opções de vida, a escola da Alice e, principalmente, minhas prioridades enquanto mãe. 
No ano passado matriculei minha filha numa escola perto de casa, mas nem eu e nem ela estivemos satisfeitas com a escolha: ela não deu trabalho, não ficou doente, mas ficou mais apática e sem sal, tadinha... Eu, por meu lado, não achava ter outras opções e me remoía por dentro toda vez que ia levar ou buscá-la na escola.
Era uma dessas escolinhas depósito de crianças, onde os pais deixam os filhos porque precisam trabalhar. Eu achava que era o meu caso, mas não era e nunca foi. Juntamente com o Duda, comecei a redesenhar algumas prioridades e percebemos que mudar a Alice de escola seria a primeira tarefa de 2013. 
Lá para o fim de outubro de 2012 começaram as buscas pela nova escola. Meus critérios de escolha estavam claros: queria uma escola com cara de quintal, com poucas crianças e onde tanto os educadores como o restante dos funcionários transmitissem paixão e comprometimento com seu trabalho.
Falando assim parece que estou chovendo no molhado, afinal toda escola infantil vende comprometimento e paixão pelo trabalho e com as crianças. Mas sabem de uma coisa? foi realmente difícil encontrar esse lugar. Eu moro em uma região privilegiada da cidade de São Paulo, existem muitas opções de escola: para todos os gostos e bolsos (infelizmente para mim nesse quesito). O problema estava nessa frase aí atrás, pois eu não queria uma escola que se encaixasse perfeitamente na minha "visão de mundo", queria conhecer uma escola e "ser achada" por ela. Sabe aquela sensação de quem procura uma casa nova, que de repente se encontra dizendo "é essa", mesmo sem ter olhado direitinho o banheiro ou debaixo da pia... então, era isso que eu queria.
Particularmente, conheci escolas com pedagogias e métodos de trabalho excelentes: muito bem equipadas, com salas de música, artes, ballet, teatro e até uma com cozinha "gourmet" para as aulas de culinária. Várias delas com equipes pedagógicas de primeiríssima, currículos maravilhosos e profissionais que estavam  por dentro de todas as novidades no que dizia respeito a pedagogia adotada pela escola. E os parquinhos então? Coisa de cinema... mas não era isso, a Alice não aparecia nos meus pensamentos durante essas visitas.
Eu estava um pouco cansada da procura, sem disposição para ouvir outros "blábláblás" de coordenadoras pedagógicas* quando busquei na internet as palavras "escola infantil" e "espaço verde". Foi aí, pela internet, que comecei a me apaixonar pela atual escola da Alice. Em um primeiro momento não olhei nem o endereço, somente as fotos do parquinho e do espaço verde da escola. Marquei logo uma visita e fiquei muito empolgada quando a pessoa do outro lado da linha me deu o endereço da escola: era pertinho de casa.

Gente, foi amor à primeira vista: primeiro eu, depois o Duda e, finalmente, a Alice!!!!!!! 
Mas quem não iria gamar num cenário desses?

                                                      (essa é a trilha por onde as crianças entram na escola)
                       (o parquinho lembra a minha infância e me faz ter saudades da pequena e bela Penápolis/SP)

E me despeço com uma foto de nós duas brincando a valer na festinha de dia das mães:



*Nada contra as pessoas que procuram as escolas mais parecidas com a sua filosofia de vida, ou escolas da pedagogia a, b ou c... Eu simplesmente resolvi seguir por outro caminho, aquele que pareceu mais bacana para minha família.   

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

E agora, o que eu faço com meu filho?


Claro que é preciso deixar registrado, antes de mais nada. que eu sei que no mundo de hoje as mulheres não podem e nem querem ficar em casa cuidando dos filhos enquanto os maridos trabalham- oi? quem é que tem marido aqui? O meu? Ahh o meu está lá no sofá jogando videogame, obrigada! - e trazem o dindim pra casa, não é? Nós, mulheres mudernas e globalizadas também queremos nosso lugar ao sol na selva de pedras. Não só queremos, como PRECISAMOS dele na maioria das vezes. No entanto, quando nascem os filhos começam os dilemas e preocupações que em menor ou maior grau atingem todas as mães, pelo menos as que eu conheço: "será que eu coloco na escolinha? contrato uma babá? chamo a sogra já que ela não tem mais o que fazer e adora AJUDAR*? Ou jogo tudo pro alto e viro mãe em tempo integral?"

Depois de um primeiro contato vamos então apurar o assunto com a nossa consciência: numa escola meu filho não vai ter tanta atenção, como é que pode uma, só UMINHA professora cuidar de mais de 4 crianças ao mesmo tempo. Não, opção descartada. Já sei, uma babá! Mas de que me serve uma babá? Uma babá pode e vai espancar meu neném e depois me dizer que ele caiu no parquinho. Mas, e se for uma boa babá? Ah, pior ainda porque então ela vai  roubar o MEU, meuzinho e de mais ninguém, lugar de mãe. Decidido, babá também não. Mas, mas... ser mãe em tempo integral significa abrir mão dos meus sonhos, de tudo que eu batalhei para conseguir, de que vão servir minha faculdade, meu mestrado, meu MBA... se minha profissão passar a ser simplesmente "mãe"? Não, ser mãe em tempo integral também está fora de questão. Já sei, vou ligar para minha mãe! Péssima ideia, mãe se mete demais. E a sogra? Sim, sim, a sogra. Vou ligar agora pra ela e... calma lá, a sogra também não. Não! Onde já se viu, não bastasse ela querer me colocar contra o filinho dela (vulgo MEU marido), vai querer colocar a minha filha contra mim. Não rola! Sogra boa é sogra morta, já dizia o meu marido. O quê? Filho da ****, a sogra dele é a minha mãezinha... ah, mas quando ele chegar em casa hoje a noite, deixa ele!

* gente eu sei que é um pouco tarde, mas preciso esclarecer uma coisa por aqui, coisa aliás essencial (para a integridade do meu futuro casamento, pois para aquelas que não sabem eu ainda não sou casada, mas esse é o assunto de um outro post):  não se trata em momento algum da MINHA sogra, minha querida sogrinha que, aliás, é um anjo e me ajuda muito. 

Devaneios a parte, este é de fato um assunto muito delicado e cabe a cada família pensar na melhor solução para o seu caso, não é? Não creio que existem receitas prontas quando se trata dos nossos filhos e do bem estar da nossa família. Preciso compartilhar com vocês o nosso caso: Alice já passou por diversas fases de acordo com o que foi mais conveniente para nós e para ela, principalmente a partir do que avaliamos ser melhor para ela. Ficou com as avós até completar um ano, foi na escola até 1 ano e meio. Saiu da escola e voltou a ficar com as avós (no plural porque houve um revesamento de avós) e agora, com dois anos e meio resolvemos que está na hora de voltar para a escola. 
Sabe, eu confesso que fico um pouco triste quando penso nisso ainda, pudera termos condições (e disposição, que fique registrado) para manter ela em casa até os 5 anos ou, quem sabe, fazer que nem nos ISTAITES: a tal da home schooling!!!

Nesta segunda meu neném, que já nem é tão neném assim, até tirou as fraldas, começa na nova escolinha. Não é a escola perfeita, eu queria uma dessas Waldorf cheia de jardins, casas na árvore, aprender matemática com crochê, mas...


  

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

"Mamãe, o meu Miguel vai mamar no meu peito, mamãe!!!"


No decorrer dos últimos meses minha filha descobriu uma nova forma de brincar, qual seja, imitando personagens de desenhos e de filmes. Tudo começou com um tímido "mamãe [ou papai, ou vovó, ou titia, enfim, qualquer pessoa que esteja disposta a brincar entra na dança] eu sou esse e você é aquele, tá bom?", assim papai é constantemente chamado a ser o "pateta" ou o "pato Donald", enquanto ela é o Mickey, a Minnie, a Margarida... mamãe passa a ser o "Marco" (amigo da Angelina Bailarina), Peixonauta, Princesa x ou y...  O importante é brincar, certo?!

Tem também a ideia de ela ser uma amiga ou um parente, por exemplo, ela brinca que ela é a "Vovó" e a vovó é ela, ou ela é a Pilar (amiguinha dela) e eu sou a mamãe da Pilar, tudo muito engraçado!!
Nas duas últimas semanas, no entanto, a brincadeira adquiriu novos "graus". Para contextualizar vale dizer que Alice tem um primo, hoje com 4 meses, chamado Miguel. O Miguel é filho da Titia Má e do Titio Eduardo e antes de Miguel nascer Alice era só amores por esses dois. A Titia Má casou e mudou, por assim dizer, e então veio o Miguel. No começo a cabecinha dela não entendeu muito bem a história da titia Má não ser mais tão presente e de ter uma casa nova.

Outro dia Alice foi passar o dia na casa da Titia Má para a mamãe poder fazer umas comprinhas de Natal mais livre, leve e solta e desde então a brincadeira do "eu sou esse e você é aquele" ganhou novas regras. Não existe mais "mamãe eu sou a Marina e você é o peixonauta, tá bom?";  "papai, agora você é o pateta (papel que Papai representa muito bem, mas, definitivamente, não gosta de fazer)".... agora a gama de possibilidades para os personagens é Miguel, Titio Eduardo ou Titia Má e nada mais. Quanto aos graus da brincadeira, temos alguns: Easy, Alice é a titia Má e um adulto é o Miguel; Grau 2 quando ela é a Titia Má ou o Titio Eduardo e uma boneca é o Miguel; e Hard, quando ela é o Miguel e alguém é a Titia Má ou Titio Eduardo.

Mas você pode se perguntar, porque dividir em níveis se a coitadinha da criança está só soltando a imaginação? Bem, talvez eu que seja muito careta mesmo, mas a partir do segundo nível da brincadeira o Miguel começa a mamar na Titia Má (ou seja, a boneca mama no peito da minha bebê) e no nível três o Miguel (transformado em Alice) também quer mamar no peito das Titias Más, ou seja, meu bebê (Alice) quer de FATO mamar no meu peito ou no peito da vovó e até no peito do papai, uma vez que todos representam a tal da Titia Má.

Eu não achei nenhum pouco engraçado essa história de da boneca mamar no peito dela e dela querer mamar no peito de outras pessoas. Onde é que já se viu, a menina vai brincar na casa da fulana e volta fazendo essas coisas estranhas, filha da p*** essa Titia Má... Calma aí, Gabriela (eu), essa filha da p*** é a sua irmã, ou seja, a p*** é a sua mãe. Não, aí não pode! Além disso porque é que eu acho bonitinho ela brincar de dar mamadeira para as bonecas e fico com tantos pudores quando ela aprende que as mamães dão o peito para os seus nenéns, é a coisa mais normal do mundo!!!

Eis os dois:

(depois de chegar a esta brilhante conclusão fiquei me sentindo estúpida em pensar que querer dar o peito pra boneca poderia configurar qualquer tipo de pornografia. Aiaiai, minha cabeça é que deve estar cheia de pornografias, viu!)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Mas qual é mesmo a diferença entre parto natural e outros tipos de parto?

Boa noite blogosfera,


Tenho esse blog cadastrado desde que minha filha tinha cerca de um mês, ou seja há dois anos três meses e um dia e  nunca, nunquinha, tive a coragem de postar ao menos um dos mais de 10 posts que ensaiei escrever, leia-se que fiz, refiz, remendei, retalhei e depois...deletei simplesmente desde então.
Mas hoje, depois de muuuuuito tempo sem pensar em algum dia voltar, quer dizer, começar a ter Blog,  me deu uma cocerinha de inspiração nas mãos com a descoberta de Blog http://buenaleche-buenaleche.blogspot.com/ , mas especificamente com a polêmica sucitada pelo artigo Maternidade na Berlinda, que deve ter sido publicado em diversos lugares, mas que tive acesso pelo Blog http://minhamaequedisse.com/2011/11/maternidade-na-berlinda/.
Eu não sou, pelo menos não fui, dessas mães que buscou se inteirar totalmente sobre as melhores opções de parto quando da gravidez da minha filha (a Alice é essa loirinha que aparece na foto do perfil do Blog)... Tinha apenas um desejo meio disforme: parto normal! Normal, mas sem delongas. Foi fácil achar quem o fizesse e minha Alice nasceu! Uma bebê bonitinha, mas nada de mais se formos comparar com os bebês johnsons que temos por aí...
No entanto, depois e algum tempo, mas especificamente durante a festa de natal do  ano passado quando minha mãe começou a conversar com uma prima enfermeira sobre partos, bebês e outras coisas que não me pareceram nada atraentes a princípio, uma vez que falavam de placenta, raspagem, cortar ou não cortar, etc, etc... Conversa vai, conversa vem e eu que estive um bom tempo só de paisagem na mesa ouvi em claro e bom português de uma das duas: "e ainda tem aquelas que acreditam que parto vaginal é de fato parto normal...". UAI, pensei, e qual o problema? Foi então que comecei a me questionar, secretamente é claro,  se o parto da Alice foi de fato um parto normal, quer dizer, o que se entende por parto normal? Oras bolas, que caramba é um parto NORMAL? Eu nunca tinha parado para pensar durante a gravidez a respeito do parto, ruminei apenas a seguinte ideia fixa: QUERO PARTO NORMAL E PONTO. Mas sabe que aquela conversa durante o jantar de natal me deixou com a pulguinha atrás da orelha. Nos dias que seguiram avabei por reviver muitas vezes de forma bastante didática o parto da Alice: não conseguir dormir, ir para o hospital, ficar na banheira, na bola, na cama, tomar injeção, soro, tentar fazer força e ainda que meio lesada percebi, de repente, no meio disso tudo, que um bebê chorava... foi assim que me dei conta (lembro como hoje) que Alice nasceu!!!! Desde então a vida mudou radicalmente e para melhor e foi só durante o tal jantar de natal quando estava ouvindo os gritinhos da minha filha brincando e, ao mesmo tempo,  pescoçando a conversa alheia que a ideia de pensar a respeito do assunto "parto" me veio pela primeira vez à cabeça. Mas como assim? Eu já sou mãe bolas, como nunca pensei a respeito do parto? Pois é, foi assim que descobri que nunca tinha pensado antes. 

Caramba gente, porque essa ideia nunca me passou pela cabeça? Será que é porque fui uma grávida ruim? Será que por isso sou uma mãe pior? Será que minha filha vai, então, se traumatizar pelo resto da vida, uma vez que a mãe cabeça oca dela nunca, mas nem em sonho, pensou a respeito do parto dela?

"Calma Gabriela, calma!!", tenho a impressão de ouvir essa voz lá lonnge dentro da minha cabeça. Sabe, depois de refletir bastante a esse respeito, acredito que minha filha vá passar sem nenhum trauma por isso... Até mesmo eu estou bem com isso, acreditam? Mas, não posso deixar de pensar nisso agora, uma vez que conheço o debate. 
Bem, mas o que quero, então, dizer com isso tudo? Olha pessoal, não acho, de forma alguma, que as mães que optam por cesárea são menos mães que as que fizeram uma opção diferente, seja por parto NORMAL VAGINAL ou por parto NORMAL HUMANIZADO... Acho apenas que a ideia do "parto humanizado" é deveras interessante e que tanto essa opção quanto a da tal "maternidade consciente" pode sim nos fazer entender formas novas de lidar com a gravidez, quem sabe não sejam melhores no sentido de viver a experiência junto e com mais proximidade e intimidade com o ser que trazemos a esse mundo? Não sou contra as mães que trabalham, mas me parece essencial repensar SIM o modelo de trabalho a que estamos submetidas no mundo de hoje e o que esse modelo de vida atual nos faz perder, não no sentido de defender a volta das mulheres aos grilhões dos maridos, mas no sentido de pensar formas mais justas e humanas para o trabalho de homens e mulheres. Para que mesmo trabalhamos? Qual é o nosso objetivo de vida?