segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Mas qual é mesmo a diferença entre parto natural e outros tipos de parto?

Boa noite blogosfera,


Tenho esse blog cadastrado desde que minha filha tinha cerca de um mês, ou seja há dois anos três meses e um dia e  nunca, nunquinha, tive a coragem de postar ao menos um dos mais de 10 posts que ensaiei escrever, leia-se que fiz, refiz, remendei, retalhei e depois...deletei simplesmente desde então.
Mas hoje, depois de muuuuuito tempo sem pensar em algum dia voltar, quer dizer, começar a ter Blog,  me deu uma cocerinha de inspiração nas mãos com a descoberta de Blog http://buenaleche-buenaleche.blogspot.com/ , mas especificamente com a polêmica sucitada pelo artigo Maternidade na Berlinda, que deve ter sido publicado em diversos lugares, mas que tive acesso pelo Blog http://minhamaequedisse.com/2011/11/maternidade-na-berlinda/.
Eu não sou, pelo menos não fui, dessas mães que buscou se inteirar totalmente sobre as melhores opções de parto quando da gravidez da minha filha (a Alice é essa loirinha que aparece na foto do perfil do Blog)... Tinha apenas um desejo meio disforme: parto normal! Normal, mas sem delongas. Foi fácil achar quem o fizesse e minha Alice nasceu! Uma bebê bonitinha, mas nada de mais se formos comparar com os bebês johnsons que temos por aí...
No entanto, depois e algum tempo, mas especificamente durante a festa de natal do  ano passado quando minha mãe começou a conversar com uma prima enfermeira sobre partos, bebês e outras coisas que não me pareceram nada atraentes a princípio, uma vez que falavam de placenta, raspagem, cortar ou não cortar, etc, etc... Conversa vai, conversa vem e eu que estive um bom tempo só de paisagem na mesa ouvi em claro e bom português de uma das duas: "e ainda tem aquelas que acreditam que parto vaginal é de fato parto normal...". UAI, pensei, e qual o problema? Foi então que comecei a me questionar, secretamente é claro,  se o parto da Alice foi de fato um parto normal, quer dizer, o que se entende por parto normal? Oras bolas, que caramba é um parto NORMAL? Eu nunca tinha parado para pensar durante a gravidez a respeito do parto, ruminei apenas a seguinte ideia fixa: QUERO PARTO NORMAL E PONTO. Mas sabe que aquela conversa durante o jantar de natal me deixou com a pulguinha atrás da orelha. Nos dias que seguiram avabei por reviver muitas vezes de forma bastante didática o parto da Alice: não conseguir dormir, ir para o hospital, ficar na banheira, na bola, na cama, tomar injeção, soro, tentar fazer força e ainda que meio lesada percebi, de repente, no meio disso tudo, que um bebê chorava... foi assim que me dei conta (lembro como hoje) que Alice nasceu!!!! Desde então a vida mudou radicalmente e para melhor e foi só durante o tal jantar de natal quando estava ouvindo os gritinhos da minha filha brincando e, ao mesmo tempo,  pescoçando a conversa alheia que a ideia de pensar a respeito do assunto "parto" me veio pela primeira vez à cabeça. Mas como assim? Eu já sou mãe bolas, como nunca pensei a respeito do parto? Pois é, foi assim que descobri que nunca tinha pensado antes. 

Caramba gente, porque essa ideia nunca me passou pela cabeça? Será que é porque fui uma grávida ruim? Será que por isso sou uma mãe pior? Será que minha filha vai, então, se traumatizar pelo resto da vida, uma vez que a mãe cabeça oca dela nunca, mas nem em sonho, pensou a respeito do parto dela?

"Calma Gabriela, calma!!", tenho a impressão de ouvir essa voz lá lonnge dentro da minha cabeça. Sabe, depois de refletir bastante a esse respeito, acredito que minha filha vá passar sem nenhum trauma por isso... Até mesmo eu estou bem com isso, acreditam? Mas, não posso deixar de pensar nisso agora, uma vez que conheço o debate. 
Bem, mas o que quero, então, dizer com isso tudo? Olha pessoal, não acho, de forma alguma, que as mães que optam por cesárea são menos mães que as que fizeram uma opção diferente, seja por parto NORMAL VAGINAL ou por parto NORMAL HUMANIZADO... Acho apenas que a ideia do "parto humanizado" é deveras interessante e que tanto essa opção quanto a da tal "maternidade consciente" pode sim nos fazer entender formas novas de lidar com a gravidez, quem sabe não sejam melhores no sentido de viver a experiência junto e com mais proximidade e intimidade com o ser que trazemos a esse mundo? Não sou contra as mães que trabalham, mas me parece essencial repensar SIM o modelo de trabalho a que estamos submetidas no mundo de hoje e o que esse modelo de vida atual nos faz perder, não no sentido de defender a volta das mulheres aos grilhões dos maridos, mas no sentido de pensar formas mais justas e humanas para o trabalho de homens e mulheres. Para que mesmo trabalhamos? Qual é o nosso objetivo de vida?